Conhecer tudo sobre o Uzbequistão é mergulhar na história e nas belezas deste país que fica no coração da Ásia Central, com uma área territorial de 447.400km² e uma população que ultrapassa os 35,7 milhões de habitantes em 2025.
Desde a independência em 1991, após o colapso da União Soviética, o Uzbequistão passou por transformações significativas, especialmente sob a liderança do presidente Shavkat Mirziyoyev, que assumiu o poder em 2016 e tem promovido reformas ambiciosas através de sua “Estratégia de Desenvolvimento para um Novo Uzbequistão 2022-2026”.
Estas reformas abrangem desde o fortalecimento do Estado de direito até o desenvolvimento de uma sociedade civil livre e a promoção do setor privado.
Todavia, o país é mais do que uma região em expansão e crescimento, ostentando um patrimônio cultural extraordinário, reconhecido mundialmente através de quatro sítios classificados como Patrimônio Mundial da UNESCO, os centros históricos de:
- Samarcanda;
- Buchara;
- Khiva;
- Shakhrisyabz.
Em 2025, o Uzbequistão vive um momento de otimismo sem precedentes no setor turístico.
Mas, antes de mergulharmos nas melhores experiências no Uzbequistão, vamos conhecer mais sobre sua história.
Tudo sobre o Uzbequistão: uma história milenar
O território do Uzbequistão é habitado desde pelo menos o segundo milênio a.C., como comprovam achados arqueológicos em regiões como Fergana, Tashkent, Buchara, Corásmia e Samarkand (ou Samarcanda).
As primeiras civilizações importantes foram Sogdiana, Báctria e Corásmia, que foram integradas ao Império Persa no século IV a.C. Inclusive, essa influência persa ainda é sentida na cultura e na língua do país.
No século IV a.C., Alexandre, o Grande, conquistou Sogdiana e Báctria, casando-se com Roxana, filha de um chefe local. Apesar da conquista, a resistência foi intensa e a presença grega não durou muito tempo por aqui.
Nos séculos seguintes, a região foi dominada por diferentes povos, incluindo heftalitas, goturcos, árabes (que trouxeram o islamismo no século VIII), e posteriormente, os mongóis de Gengis Khan, que devastaram cidades como Samarcanda e Buchara no século XIII.
Já no século XVI, surgem os usbeques da dinastia xaibânida, que dominaram a região após a queda do Império Timúrida.
No século XIX, durante o chamado “Grande Jogo” entre russos e britânicos, o Uzbequistão foi gradualmente conquistado pelo Império Russo o que, naturalmente, fez com que, em 1924, fosse criada a República Socialista Soviética Uzbeque, que se integrou à União Soviética em 1925.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o país recebeu milhares de refugiados e indústrias transferidas da parte europeia da URSS, acelerando a industrialização e a russificação, especialmente na capital, Tashkent.
A independência veio em 31 de agosto de 1991, após o colapso da União Soviética. Islam Karimov foi o primeiro presidente, governando até 2016, período marcado por autoritarismo e denúncias de violações de direitos humanos.
Desde 2016, Shavkat Mirziyoyev se tornou o presidente, promovendo algumas reformas e abertura gradual do país.
Cultura do Uzbequistão
É quase impossível criar um guia com tudo sobre o Uzbequistão e não citar a cultura do país que é um verdadeiro mosaico de influências persas, turcas, árabes, mongóis e russas. Sem dúvida, enriquecida pela posição estratégica do país na Rota da Seda, que facilitou o intercâmbio de ideias, religiões e artes.
Arte, música e dança
A arte uzbeque se destaca pelos azulejos azuis dos monumentos, murais vibrantes e tapeçarias.
O artesanato é famoso mundialmente, especialmente os tecidos ikat, cerâmicas de Rishtan e tapetes de Buchara.
Já a música tradicional é marcada por instrumentos como dutar e nay, além das complexas tradições maqom, reconhecidas pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial.
A dança uzbeque é expressiva, com destaque para o estilo Lazgi da região de Khorezm, caracterizado por movimentos vigorosos e gestos simbólicos.
Literatura
Assim como as demais formas de expressão cultural, a literatura uzbeque é rica, desde poemas épicos como “Alpamysh” até a poesia refinada de Alisher Navoi, considerado o pai da literatura nacional.
Gastronomia
A culinária reflete a diversidade étnica do país. O prato nacional é o plov (ou osh), feito com arroz, carne, cenoura e especiarias, preparado de diferentes formas em cada região.
O chá verde é a bebida mais popular, símbolo de hospitalidade, servido sempre aos convidados antes dos membros da família.
Tradições e sociedade
Assim como no Quirguistão, a hospitalidade é um valor central. Receber hóspedes é motivo de orgulho, e há protocolos para a disposição dos assentos à mesa.
Os uzbeques valorizam o respeito aos mais velhos, o coletivismo e a vida comunitária, especialmente nos makhallas, bairros tradicionais que preservam costumes e rituais.
Agora que você já aprofundou seu conhecimento de tudo sobre o Uzbequistão, é hora de começar a entender o que fazer no país e montar o seu roteiro.
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Tudo sobre o Uzbequistão: 15 dicas do que fazer no país
1. Praça Registan
A Praça Registan é indiscutivelmente o símbolo mais icônico do Uzbequistão e uma das realizações arquitetônicas mais impressionantes do mundo islâmico.
Esta praça histórica serviu como centro da vida social, comercial e política de Samarcanda, cidade no Uzbequistão, por séculos, sendo palco de proclamações reais, celebrações públicas, execuções e assembleias militares .
O complexo é dominado por três magníficas madraças, ou seja, centros de formação islâmicos, que criam um conjunto arquitetônico impressionante:
- Ulugh Beg (século XV)
- Sherdor (século XVII)
- Tilla-Kori (século XVII).
A Madrassah Ulugh Beg, simboliza a busca iluminada pelo conhecimento que caracterizou o reinado do rei Ulugh Beg que idealizou e batizou a estrutura.
A Madrassah Sherdor impressiona com sua fachada ornamentada apresentando criaturas míticas, enquanto a Tilla-Kori serve simultaneamente como escola religiosa e mesquita .
A praça foi cuidadosamente restaurada e hoje é cercada por grades para preservação, embora isso gere alguma controvérsia entre visitantes que preferiam maior acesso livre.
2. Mausoléu Gur-Emir
O Mausoléu Gur-Emir é uma obra-prima da arquitetura islâmica medieval e serve como local de descanso final de Tamerlão (Amir Timur), um dos maiores conquistadores da história da região.
Além do túmulo de Tamerlão, também estão no complexo os restos mortais de seus filhos Shah Rukh e Miran Shah, seus netos Ulugh Beg e Muhammad Sultan, além de seu professor Sayyid Baraka.
O mausoléu serviu de inspiração para monumentos mongóis, incluindo os Jardins de Babur em Cabul, o túmulo de Humayun em Delhi e o icônico Taj Mahal.
3. Observatório Ulugbek
O Observatório Ulugbek, construído entre 1428-1429 é um dos mais importantes centros científicos do mundo medieval. Erguido por Ulugbek, neto de Tamerlão e governante-astrônomo, o observatório estava situado estrategicamente no topo de uma colina no sopé da elevação Chupanata.
A estrutura original era um edifício magnífico de três andares com 46 metros de diâmetro e 30 metros de altura, adornado com azulejos vitrificados requintados.
O instrumento principal era um colossal quadrante de 64 metros de comprimento, posicionado ao longo da linha do meridiano com inclinação de 90 graus. Este quadrante servia para medir a altura das estrelas acima do horizonte e determinar coordenadas celestiais com precisão extraordinária para a época .
O trabalho científico realizado no observatório culminou no “Gurgan Zij – o Catálogo do Céu Estrelado”, descrevendo 1.018 estrelas e determinando a duração do ano sideral em 365 dias, 6 horas, 10 minutos e 8 segundos!
Surpreendentemente, todas as observações foram realizadas a olho nu, sem instrumentos óticos.
Contudo, o trabalho foi descoberto apenas em 1908 pelo arqueólogo Vyatkin, que localizou os restos do observatório usando documentos antigos. Hoje, o local funciona como museu, preservando os vestígios da estrutura original e celebrando o legado científico de Ulugbek.
Com isso, hoje, você pode ir mais fundo nessa e em outras histórias para compreender tudo sobre o Uzbequistão.
4. Necrópole Shakhi-Zinda
A Necrópole Shakhi-Zinda é um conjunto arquitetônico extraordinário que forma uma das mais impressionantes exibições de arte islâmica medieval.
Localizada próximo à Mesquita Bibi Khanum, consiste em onze mausoléus, construídos nos séculos XIV e XV, o que o colocou o “apelido” de “Cemitério de Rua”.
O nome “Shakhi-Zinda” traduz-se como “O Rei Vivo” em persa, referindo-se à presença espiritual duradoura de Kusam ibn Abbas, primo do profeta Muhammad .
Reza a lenda que o complexo foi construído no local onde Kusam ibn Abbas foi enterrado, tornando-se um dos santuários muçulmanos mais importantes da região.
Kusam ibn Abbas, também conhecido como Quthum ibn Abbas, foi um dos primeiros pregadores do islamismo na Ásia Central e primo do profeta Muhammad, sendo filho de Abbas ibn Abd al-Muttalib, tio paterno do profeta. Nascido por volta de 624 em Medina, ele serviu como governador de Meca durante o reinado do califa Ali ibn Abi Talib e posteriormente participou das conquistas árabes na Ásia Central sob o comando de Said ibn Uthman, governador de Khorasan. Por ordem de Said ibn Uthman, Kusam permaneceu em Samarcanda para propagar o islamismo e implementar as leis da Sharia na região, onde morreu em 677 durante um ataque dos sogdianos enquanto defendia a cidade.
O que torna Shakhi-Zinda verdadeiramente especial é sua preservação excepcional ao longo dos séculos.
5. Complexo Khast Imam – Centro Espiritual da Capital
O Complexo Khast Imam, também conhecido como Hazrati Imam, representa o coração espiritual e cultural da cidade de Tashkent. Situado na cidade velha, este complexo histórico se formou ao redor do túmulo do estimado imã Abu-Bakr Muhammad Kaffal Shashi, renomado estudioso do Alcorão e Hadith, poeta e artesão cuja influência permeou através dos tempos.
O complexo é emoldurado pelas casas de tijolos de barro que resistiram ao teste do tempo, incluindo o devastador terremoto de 1966.
O complexo abriga várias joias arquitetônicas, incluindo:
- Madrasah Barak-Khan;
- a Mesquita Tilla Sheikh;
- o mausoléu de Saint Abu Bakr Kaffal Shashi;
- Instituto Islâmico Imam al-Bukhari.
É também sede da Administração Espiritual dos Muçulmanos da Ásia Central.
A atração mais significativa é a Biblioteca Muyi Mubarak (Moyie Mubarek), que abriga o mundialmente famoso Alcorão do Califa Uthman, datado do século VII.
Este Alcorão extraordinário é considerado um dos mais antigos existentes no mundo, concluído em 651, apenas 19 anos após a morte do Profeta Muhammad.
Das seis cópias originais escritas em pele de veado por ordem do Califa Osman bin Affan, apenas esta pode ser vista hoje.
Segundo a lenda, este era o exemplar pessoal de Osman bin Affan, que ele estava lendo quando foi assassinado, e supostamente contém manchas de seu sangue.
6. Bazar Chorsu
O Bazar Chorsu possui mais de dois mil anos de tradição comercial, sendo possivelmente o mercado mais antigo de toda a Ásia Central.
Localizado no entroncamento de quatro grandes estradas correspondentes aos pontos cardeais, o nome “Chor-su” significa literalmente “quatro caminhos” em uzbeque.
Esta posição estratégica fez dele um ponto de encontro natural para comerciantes vindos do norte, sul, leste e oeste ao longo da histórica Rota da Seda.
O mercado atual é uma mistura harmoniosa de passado e presente, prestando homenagem às tradições arquitetônicas milenares.
A tradição arquitetônica dos bazares cobertos começou no século XI e continuou até o século XIII, e o Chorsu Bazaar atual preserva essa essência com suas grandes estruturas abobadadas – uma solução atemporal para o calor e poeira implacáveis da Ásia Central.
Ao passear pelos corredores, os sentidos são recebidos por uma extraordinária variedade de produtos: frutas frescas que brilham como joias, especiarias aromáticas, tecidos tradicionais e artesanato local.
O mercado não é apenas um local de compras, mas um centro social onde pessoas se encontram, trocam notícias e mantêm vivas as tradições comerciais ancestrais.
7. Museu de História do Uzbequistão
O Museu Estatal de História do Uzbequistão, localizado no centro de Tashkent, é um dos primeiros museus da Ásia Central, funcionando desde 1876. A exposição apresenta mais de 250 mil itens, achados e artefatos antigos que permitem conhecer a história dos povos da Ásia Central desde a Idade da Pedra até os dias atuais.
Esta vasta coleção é incrível e uma das joias mais relevantes para quem deseja conhecer tudo sobre o Uzbequistão.
Entre os tesouros mais significativos encontra-se uma estátua de Buda do século I descoberta na região de Surkhandarya, demonstrando a influência budista na região.
O museu também exibe uma cabra Saca de bronze dos séculos IV-V a.C., decorada com estatuetas de animais, representando a sofisticada metalurgia das antigas civilizações centro-asiáticas.
O museu funciona como primeiro museu de arte da Ásia Central, inaugurado em 1918, possuindo uma variedade de objetos do século I até aos dias de hoje.
8. Teatro Navoi
O Teatro de Ópera e Ballet Alisher Navoi se destaca como um farol de excelência cultural e artística em Tashkent. Nomeado em homenagem ao grande poeta e filósofo uzbeque Alisher Navoi, este magnífico teatro oferece um rico programa de performances que refletem tanto as tradições profundamente enraizadas do país quanto sua aceitação das artes globais.
A ideia de uma grande casa de ópera em Tashkent foi concebida no início do século XX, mas somente em meados da década de 1920 o projeto se tornou realidade.
O teatro foi projetado pelo proeminente arquiteto soviético Alexey Shchusev, também conhecido por projetar o Mausoléu de Lenin em Moscou.
A construção começou em 1940 e foi concluída em 1943, com o teatro abrindo oficialmente suas portas somente em 11 de novembro de 1947.
O teatro não apenas preserva as tradições culturais uzbeques, mas também serve como ponte entre as artes locais e as expressões artísticas internacionais, oferecendo espetáculos de ópera e balé de altíssima qualidade .
9. Reservatório Charvak
O Lago Charvak é um colossal reservatório artificial localizado a 80 quilômetros de Tashkent, situado em meio às encostas verdejantes das montanhas cobertas de neve.
Este lago deve sua existência à barragem da Estação Hidrelétrica de Charvak e é reabastecido pelas águas dos rios Ugam, Chatkal e Pskem.
A área possui uma rica história antiga, com mais de 150 monumentos da cultura antiga descobertos, oferecendo uma janela para uma época em que esta região conectava o oásis de Tashkent com as terras distantes do Quirguistão e Ferghana.
Atualmente, o Lago Charvak é um destino de verão adorado tanto pelos moradores de Tashkent quanto pelos visitantes internacionais.
O lago, uma joia azul cintilante, transformou-se em um espaço vibrante com um anel viário panorâmico que serpenteia ao longo das encostas das montanhas.
Este percurso leva a uma série de áreas recreativas e acampamentos situados perto das pitorescas vilas de Bogustan, Brichmulla, Yangikurgan e Yusuphana.
O destaque é o “Charvak Oromgohi“, localizado perto da vila de Yusuphana, onde o litoral foi transformado numa praia convidativa.
O complexo inclui o luxuoso hotel “Pyramid”, que oferece acomodações confortáveis, diversas opções de restaurantes, bares e salão de conferências. Os visitantes podem desfrutar de comodidades modernas, praias bem conservadas, instalações esportivas e atividades aquáticas como windsurf e passeios de catamarã.
10. Montanhas Chimgan
As Montanhas Chimgan, localizadas a 80 km de Tashkent, abrigam um resort de esqui mais popular do Uzbequistão.
Situadas nas encostas das Montanhas Chimgan está situado a uma altitude de 1200-1600 metros acima do nível do mar, cercado por montanhas majestosas, com a Grande Montanha Chimgan elevando-se a 3309 metros e dominando toda a paisagem.
As encostas são adornadas com antigas florestas de abetos, enquanto os vales são atravessados por riachos de montanha cristalinos conhecidos localmente como “sai”.
Para esportes clássicos de inverno, Chimgan oferece instalações bem equipadas junto com outros três resorts montanhosos: Beldersay, Amirsoy e Yangiabad, já durante a primavera e verão, a região se transforma num paraíso para caminhadas, oferecendo trilhas que variam de passeios leves a desafios para aventureiros experientes.
A região faz parte do Parque Nacional Ugam-Chatkal, protegida por suas diversas paisagens montanhosas e importância ecológica.
11. Centro Histórico de Buchara
O centro histórico de Buchara, reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO, representa um dos conjuntos urbanos islâmicos mais bem preservados da Ásia Central.
A cidade antiga é coroada pela charmosa praça Lyabi-Hauz, um conjunto monumental histórico que significa “junto ao lago” em persa.
O conjunto Lyabi-Hauz deve-se em grande medida a Nadir Divambegui, o grão-vizir do Canato de Buchara que mandou construir o hauz por volta de 1620.
O tanque era alimentado pelo Shah Rud (“Canal Real”), que ainda divide a cidade antiga em duas partes.
As bordas têm degraus para permitir aos aguadeiros encherem facilmente os seus baldes independentemente do nível da água.
As amoreiras existentes na área foram plantadas em 1477, testemunhando séculos de história.
O complexo organiza-se harmoniosamente ao redor do hauz, rodeado por monumentos em três dos seus quatro lados.
A madraça Kukeldash do século XVI, a maior da cidade, situa-se na margem norte do lago. Nas margens oriental e ocidental encontram-se o khanqah (albergue para sufis itinerantes) de Nadir Divambegui e a Madraça de Nadir Divambegui, ambos do início do século XVII.
12. Fortaleza Ark
A Ark de Buchara é uma cidadela cuja origem remonta pelo menos ao século VII d.C., sendo a edificação mais antiga da cidade.
Além de funcionar como fortaleza militar, é também uma pequena cidade palaciana que ao longo da história foi sede de várias cortes reais que existiram em Buchara e na região circundante.
A fortaleza foi usada continuamente até ser tomada pelos soviéticos em 1920, servindo atualmente como atração turística com vários museus que mostram sua história.
A cidadela localiza-se no interior do centro histórico de Buchara, ocupando atualmente a parte norte da cidade antiga.
Originalmente foi construída como fortaleza fora do shahristan (centro da cidade) original, mas devido ao uso contínuo ao longo de pelo menos doze séculos, nela podem-se observar aspectos da evolução da arquitetura militar da Ásia Central desde os primeiros tempos da era islâmica até o final do Império Russo.
A colina com cerca de 20 metros de altura onde se encontra é artificial, formada pelas sucessivas reconstruções ao longo dos séculos.
Segundo fontes locais, a menção histórica mais antiga fala de uma fortaleza construída no século VII d.C. pelo Bukhar Khudat (rei) Bidun.
A lenda conta que foi reconstruída seguindo conselhos de adivinhos para imitar a forma da “constelação do Grande Urso”. Desde essa época, a cidadela tem histórias lendárias associadas, permanecendo como símbolo do poder real e religioso em Buchara
13. Itchan-Kala
Itchan-Kala, o coração histórico de Khiva, é um museu a céu aberto que oferece um vislumbre autêntico da rica história e cultura da região.
Nos tempos antigos, Khiva era dividida em três partes distintas: a fortaleza conhecida como Kunya-Ark, o subúrbio chamado Dishan-Kala e a cidade propriamente dita, Itchan-Kala.
Hoje, se destaca como uma relíquia preservada do passado, cercada por imponentes muros de argila que se estendem por mais de 2 quilômetros de comprimento, atingindo alturas de até 10 metros e espessuras de 5 a 6 metros.
Esta área histórica, agora um Museu Arqueológico Histórico do Estado, abrange 26 hectares e mantém o charme exótico de uma cidade oriental.
O que diferencia Itchan-Kala é que não é apenas um museu estático; é uma comunidade viva e pulsante onde residem cerca de 300 famílias, principalmente envolvidas em artesanato tradicional.
Dentro das muralhas existem aproximadamente 60 edifícios históricos, cada um testemunhando a rica herança arquitetônica da cidade.
Os visitantes podem subir o Minarete de Islam-Khoja para vistas panorâmicas, explorar a fortaleza, admirar o famoso Minarete Kalta-Minor, apreciar a arquitetura tradicional uzbeque e visitar oficinas de artesanato local onde as tradições centenárias continuam vivas.
A preservação excepcional de Itchan-Kala permite uma experiência imersiva única na vida urbana da Ásia Central medieval.
14. Minarete Kalta Minor
O Minarete Kalta Minor é uma das estruturas mais intrigantes de Khiva, famoso tanto por seus tons de azul deslumbrantes quanto por sua história peculiar.
Este minarete comemorativo está localizado na parte frontal da madraça Muhammad Amin Khan e às vezes é considerado parte dela.
A estrutura foi criada por Muhammad Amin Khan, o governante do Canato de Khiva, com a ambiciosa visão de construir o minarete mais alto do mundo muçulmano.
Segundo o plano original, a altura do minarete deveria alcançar entre 70 a 80 metros, com algumas fontes mencionando que se pretendia atingir os 110 metros. O diâmetro da base é de 14,2 metros, e o projeto incluía uma diminuição gradual do diâmetro conforme aumentava a altura, aumentando assim a estabilidade estrutural.
A construção começou em 1852, mas foi abruptamente interrompida em 1855 quando a altura do minarete alcançou apenas 29 metros. A interrupção ocorreu porque Muhammad Amin Khan morreu em uma batalha perto de Sarajs em 1855, deixando o minarete eternamente inacabado.
15. Deserto de Kyzylkum
O deserto de Kyzylkum, cujo nome significa “Areias Vermelhas” em turco, é um vasto reino de 300.000 quilômetros quadrados que se estende pelo Uzbequistão, Cazaquistão e Turcomenistão.
Situado entre os rios Syr Darya e Amu Darya, este deserto é limitado pelo Mar de Aral a noroeste e pelas Montanhas Nuratau a sudeste.
Suas areias antigas, formadas há mais de 60 milhões de anos, são parte da placa tectônica de Turan, composta de arenito e argila da era Cenozóica.
Apesar de sua aparência árida, o deserto abriga tesouros como oásis refrescantes, vilas esquecidas e imensas reservas de ouro.
Há muito tempo, esta terra árida era um berço de civilizações, nutrida pelo poderoso Amu Darya, rio asiático, prosperando com o antigo reino de Khorezm, e sendo um centro-chave da Grande Rota da Seda já no século VII a.C..
Ao mergulhar na busca por conhecer tudo sobre o Uzbequistão, você se depara com um país onde o passado e o presente se entrelaçam de maneira única.
Suas cidades históricas, monumentos grandiosos, tradições preservadas e o calor humano do povo uzbeque fazem deste destino uma joia a ser descoberta.
Seja para quem busca história, cultura, gastronomia ou aventura, conhecer tudo sobre o Uzbequistão é um processo que vai te surpreender e encantar em cada esquina.