Imagine um destino onde a paixão pelo tango ecoa pelas ruas de paralelepípedos, onde os sabores do melhor asado se misturam com vinhos mundialmente premiados, e onde as paisagens variam desde as geleiras majestosas da Patagônia até as imponentes Cataratas do Iguaçu. Esses são apenas alguns elementos que farão parte de uma viagem que tem como objetivo conhecer tudo sobre a Argentina!
O país há décadas conquista o coração dos viajantes brasileiros e não é por acaso!
A Argentina não é apenas nosso vizinho geográfico; mas uma nação que compartilha conosco a paixão pelo futebol, a hospitalidade latino-americana e uma rica diversidade cultural.
Com mais de 2,78 milhões de quilômetros quadrados de território, o país oferece uma variedade impressionante de experiências que atendem desde o viajante mais aventureiro até aquele que busca sofisticação urbana e cultural.
Tudo sobre a Argentina: um pouco de história
A história da Argentina é marcada por um rico mosaico de povos indígenas, colonização europeia, lutas pela independência e transformações econômicas e políticas que moldaram o país que conhecemos hoje.
Todavia, estudos arqueológicos indicam que essa história começou muito antes de tudo o que conhecemos de fato hoje, mostrando que seus primeiros habitantes, nômades, estiveram na região há cerca de 13 mil anos.
Antes da chegada dos espanhóis, o território era habitado por diversas nações indígenas, entre elas os querandis, quíchuas, charruas e guaranis, e parte do norte argentino fazia parte do extenso Império Inca.
Leia também: 30 curiosidades sobre a Argentina para fugir do óbvio ao montar seu roteiro
Colonização Espanhola
A colonização espanhola teve início em 1516, quando o navegador Juan Díaz de Solís navegou pelo Rio da Prata, formalizando a presença europeia na região. Buenos Aires, a futura capital, foi fundada em 1534.
Durante o período colonial, a Argentina foi considerada uma das colônias menores da coroa espanhola, já que o centro da administração regional ficava no Peru, devido à maior concentração de riquezas minerais lá.
A ausência de metais preciosos e a resistência indígena dificultaram o domínio espanhol, mas a partir de 1776 o estabelecimento do Vice-Reino do Rio da Prata deu maior importância à região, que passou a participar diretamente do comércio e da administração regional.
Ainda na era colonial, a região passou por conflitos, incluindo a luta para expulsar portugueses da região do Rio da Prata em 1776 e a rejeição à tentativa de invasão inglesa em 1806.
A população começou a desenvolver características e identidades próprias, impulsionando os movimentos emancipatórios que culminaram na Revolução de Maio, em 1810, quando a Argentina iniciou seu processo de independência, declarada oficialmente em 9 de julho de 1816, durante o Congresso de Tucumán.
Período de após a independência
A independência não significou estabilidade imediata. O país mergulhou em uma longa guerra civil que durou até 1861, marcada por divergências entre federalistas — que defendiam a autonomia das províncias — e unitaristas, que defendiam a centralização em Buenos Aires.
Somente após a vitória dos unitaristas foi promulgada, em 1853, a primeira Constituição Nacional, estabelecendo as bases da Argentina moderna.
No final do século XIX e início do século XX, o país viveu um período de intenso crescimento econômico e social, impulsionado pela imigração europeia em massa – especialmente italianos e espanhóis, que transformaram a demografia e a cultura locais.
Nessa época, a Argentina tornou-se uma das maiores economias do mundo, impulsionada principalmente pela exportação de alimentos, carnes e grãos graças à expansão da fronteira agrícola, incluindo a conquista da Patagônia na chamada “Campanha do Deserto”.
Foi também neste momento que a rede ferroviária se expandiu significativamente, conectando as províncias e integrando o mercado nacional.
O governo de Perón
A instabilidade política voltou a marcar o século XX. A partir de 1946, o país foi governado por Juan Domingo Perón, que implementou profundas reformas sociais e trabalhistas e moldou uma base política que até hoje influencia o panorama político argentino.
Após seu exílio forçado em 1955, o país alternou entre governos civis e militares, com intervenções autoritárias, e passou por um período sombrio durante a última ditadura (1976-1983), quando milhares de opositores foram mortos ou desapareceram.
Inclusive, o recente filme ““Argentina, 1985”, lançado em 2022, vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, é uma excelente dica para quem deseja conhecer mais sobre o que aconteceu após o fim da ditadura, quando promotores públicos ousaram investigar e processar os líderes militares da ditadura mais sangrenta da Argentina em 1985.
Hoje, a Argentina é reconhecida por sua diversidade cultural, sua força regional e seu papel ativo em blocos econômicos sul-americanos, ao mesmo tempo que mantém viva a memória de sua história complexa.
Agora que você já conhece tudo sobre a Argentina (ou quase tudo) no aspecto histórico, é hora de aproveitar as dicas do que fazer por lá enquanto você estiver visitando o país.
O que você precisa saber para viajar pela Argentina
Antes de embarcar rumo à Argentina, confira informações essenciais para uma experiência tranquila e enriquecedora:
- Documentos: Brasileiros podem entrar com o RG (com foto recente) ou passaporte válido. Não é necessário visto para estadias de turismo até 90 dias.
- Moeda: Peso argentino (ARS). Dólares e cartões são aceitos em vários lugares turísticos, mas recomenda-se levar moeda local para pequenas despesas.
- Idioma: Espanhol.
- Vacinas: Não existem vacinas obrigatórias, mas recomenda-se carteira de vacinação atualizada.
- Transporte: O país possui voos frequentes, ótimas linhas de ônibus rodoviários e, em Buenos Aires, metrô e táxis acessíveis.
- Clima: Variedade extrema. De verões úmidos no norte subtropical a invernos rigorosos no sul patagônico.
- Segurança: Regiões turísticas são, majoritariamente, seguras — mas atenção aos pertences, em especial nas grandes cidades.
- Cultura da Gorjeta: Costume entregar 10% do valor em restaurantes.
Com isso em mente, e na mochila, podemos seguir para “o que visitar no país”!
Tudo sobre a Argentina: o que visitar no país?
Na lista do que visitar na Argentina inclua:
- Buenos Aires
- Cataratas do Iguaçu do Lado argentino
- Bariloche
- Patagônia
- El Calafate
- Ushuaia
- JuyJuy
Buenos Aires é a queridinha dos brasileiros, entretanto, a Argentina é um país que oferece diferentes experiências, como a possibilidade de visitar o Ushuaia, que te leva diretamente ao “fim do mundo”. Além disso, os glaciares da Patagônia também são um espetáculo à parte.
Por isso, se você realmente deseja conhecer tudo sobre a Argentina, minha sugestão é que explore outras regiões, como as que apresentamos a seguir.
1. Buenos Aires
Buenos Aires é muito mais que uma escala obrigatória para quem deseja conhecer tudo sobre a Argentina: é uma experiência cultural única que mescla elegância europeia com a paixão latino-americana.
A capital argentina foi eleita o destino favorito da América Latina em 2024 pela plataforma Booking.com, recebendo mais de 750 mil brasileiros anualmente.
Entre as razões para isso está uma das concentrações arquitetônicas culturais mais impressionantes da América Latina, com mais de 300 teatros e 160 museus.
O Teatro Colón, considerado um dos cinco melhores teatros do mundo em acústica, é um dos locais que vão te ajudar a entender a grandiosidade cultural portenha.
Mas não para por aí, afinal, um dos grandes diferenciais da cidade são seus bairros: cada um conta uma história diferente.
A Recoleta, por exemplo, é o epicentro da elegância, com arquitetura belle époque e o famoso cemitério onde está Eva Perón.
Já San Telmo preserva o espírito boêmio com suas feiras de antiguidades e apresentações de tango de rua.
Enquanto isso, La Boca impressiona com as casas coloridas do Caminito e a paixão futebolística no estádio La Bombonera.
Gastronomia e vida noturna
Buenos Aires possui uma das cenas gastronômicas mais sofisticadas da América Latina, com parrillas tradicionais e restaurantes premiados internacionalmente.
A vida noturna é intensa, com milongas (casas de tango) funcionando até altas horas.
Inclusive, se você está em busca de dicas do que comer na Argentina, seguem sugestões:
- Asado – Ritual dominical de carnes assadas na parrilla, com cortes como bife de chorizo e tira de asado, acompanhado de chimichurri.
- Empanadas – Pastel assado, com recheios regionais: carne cortada a faca em Salta, queijo de cabra na Patagônia.
- Milanesa – Filé empanado ao estilo schnitzel, servido a caballo (com ovo) ou napolitana (com presunto e queijo).
- Locro – Ensopado de milho, abóbora e carne, típico das festas patrias.
- Humita en chala – Creme de milho doce cozido na palha.
- Provoleta – Roda de queijo derretido na grelha, temperada com orégano.
- Choripán – Sanduíche de linguiça com molho criollo nos estádios de futebol.
- Dulce de leche – Doce de leite cremoso, base de alfajores e sorvetes.
- Patacones – Na região Norte, bananas verdes fritas servidas como petisco.
- Vinhos – Malbec, Torrontés e Bonarda harmonizam com carnes e queijos locais.
2. Cataratas do Iguaçu (Lado Argentino)
Você sabia que as famosas Cataratas do Iguaçu também podem ser visitadas pelo lado argentino? Pois é, elas podem e são espetaculares!
Acredite ou não, o Parque Nacional Iguazú abriga 80% dos 275 saltos que compõem as Cataratas do Iguaçu, oferecendo uma experiência ainda mais imersiva que o lado brasileiro.
A Garganta del Diablo é o ponto culminante, com 82 metros de altura e uma vazão média de 1.800 metros cúbicos por segundo.
Em 2025, visitamos a região e foi uma viagem SURREAL! Que experiência incrível! Como uma imagem diz mais do que mil palavras, preparei um vídeo da nossa trip e acho que você vai entender o que estou dizendo quando sugiro que você inclua a região em seu roteiro para conhecer tudo sobre a Argentina.
O parque oferece três experiências diferentes:
- Circuito Superior (vista panorâmica das cataratas)
- Circuito Inferior (passarelas próximas às quedas)
- Garganta del Diablo (acesso à queda principal).
Além disso, você vai encontrar um trem ecológico, restaurantes, lanchonetes e estrutura acessível para pessoas com mobilidade reduzida.
- Melhor época: Março a novembro para evitar chuvas excessivas
- Horários: Funciona das 8h às 18h (março a agosto), com último acesso às 16h
- Ingresso: Custa aproximadamente R$ 225 para brasileiros (junho 2025)
- Tempo necessário: Reserve pelo menos 6 horas para fazer os três circuitos
3. Bariloche
San Carlos de Bariloche é o destino de inverno mais procurado pelos brasileiros, oferecendo paisagens andinas espetaculares, estações de esqui e chocolates artesanais. Entretanto, como meu objetivo é fazer viagens fora do comum, escolhi visitar a cidade em pleno verão! E foi SENSACIONAL!
Mas, se você quiser visitar a região no inverno, seu ponto central, provavelmente, será o Cerro Catedral, a maior estação de esqui da América Latina com 53 pistas, 39 meios de elevação e 120 km de pistas esquiáveis.
Mesmo no verão, o Cerro Catedral funciona para trekking e passeios de teleférico.
Todavia, além do ski, se você está em busca do que fazer em Bariloche, um dos passeios mais tradicionais percorre os 65 km pelas margens do lago Nahuel Huapi, passando por pontos importantes como:
- Cerro Campanário (com uma das vistas mais belas do mundo)
- Hotel Llao Llao
- Ponto Panorâmico
Dicas valiosas para visitar Bariloche
- Inverno (junho-setembro): Época ideal para esqui, mas 2025 está com pouca neve até julho
- Verão (dezembro-março): Melhor época para trekking e atividades aquáticas
- Transporte: Alugue um carro para explorar a região com liberdade
- Hospedagem: Fique no centro para ter acesso fácil a restaurantes e vida noturna
Leia também: Roteiro de 8 dias em Bariloche: muito além da neve! 24 atrações SURREAIS no verão na Argentina
4. Patagônia: Terra dos Extremos
A Patagônia Argentina é uma região vasta que engloba algumas das paisagens mais espetaculares do planeta, incluindo El Chaltén (capital nacional do trekking) e glaciares monumentais.
El Chaltén é conhecida como “Capital Argentina do Trekking”, abriga o famoso Cerro Fitz Roy e Cerro Torre, considerados alguns dos picos mais desafiadores do mundo.
Dicas Valiosas:
- Melhor época: Novembro a março para trekking
- Hospedagem: Fique em El Chaltén por pelo menos 2 noites para aproveitar as trilhas
- Preparação: Leve equipamentos adequados para vento e mudanças climáticas bruscas
5. El Calafate: Portal dos Glaciares
SURREAL é a palavra que melhor define El Calafate, a cidade que funciona como porta de entrada para o Glaciar Perito Moreno, uma das geleiras mais acessíveis e fotogênicas do mundo.
O Glaciar Perito Moreno tem mais de 250 km² de área (equivalente a 30 mil campos de futebol), é uma das poucas geleiras do mundo que ainda avança, e existem várias formas de curtir a beleza dele, seja das passarelas, em um passeio de barco, em um mini-trekking sobre a geleira, do caiaque e mais.
Leia também: O que fazer em El Calafate? O que há além do Perito Moreno? 10 atrações incríveis
É claro que não poderíamos deixar de compartilhar com você nosso mini-documentário visitando El Calafate e vivendo algumas das experiências mais legais da nossa vida!
Então, é só clicar no vídeo abaixo e escolher os passeios que você vai incluir em seu roteiro!
6. Ushuaia: O Fim do Mundo
Ushuaia é a cidade mais austral do mundo, ou seja, é a cidade localizada na latitude mais ao sul entre todas as cidades habitadas do planeta.
No Canal de Beagle é cercada por montanhas e florestas subantárticas, sendo a porta de entrada para expedições à Antártica, com experiências únicas no “fim do mundo”.
O Parque Nacional Tierra del Fuego é o único parque argentino que combina ambientes marinhos, florestais e de montanha, com 40 km de trilhas, praias cristalinas e o famoso Correio do Fim do Mundo.
Já o passeio de navegação pelo Canal de Beagle permite o avistamento de animais como lobos marinhos, cormorões e, com sorte, baleias. Além de passar pelo emblemático Farol Les Eclaireurs e ilhas com fauna única.
Por último, mas não menos importante para quem deseja conhecer tudo sobre a Argentina, o Trem do Fim do Mundo é uma ferrovia histórica que levava presidiários aos campos de trabalho, mas que hoje oferece passeio turístico pela floresta patagônica.
Dicas valiosas:
- Melhor época: Dezembro a março para atividades ao ar livre
- Inverno: Julho a setembro para esqui e atividades na neve
- Navegação: Reserve com antecedência, especialmente na alta temporada
- Roupas: Leve agasalhos mesmo no verão, pois o clima muda rapidamente
7. Salinas Grandes (Jujuy)
As Salinas Grandes ficam na região de Jujuy, no norte da Argentina e formam um vasto deserto branco de sal a aproximadamente 3.450 metros de altitude, com 200 km² de extensão, capaz de criar um cenário que parece saído de outro planeta, onde o chão branco reflete intensamente a luz do sol contrastando com o céu azul intenso.
Visitar as Salinas Grandes é uma experiência sensorial e visual inesquecível. É possível caminhar sobre cristais de sal, admirar as rachaduras naturais que formam desenhos geométricos fascinantes e explorar pontos como os “Ojos del Salar”, piscinas naturais de água turquesa que aparecem no meio do sal, criando um contraste espetacular, que você pode conferir assistindo ao vídeo abaixo!
Além da beleza natural, o local também oferece uma imersão cultural especial. Próximo às Salinas, encontra-se a vila de Purmamarca, famosa pelo Cerro de los Siete Colores, e comunidades indígenas que mantêm vivas tradições andinas centenárias.
Leia também: Curiosidades sobre Salinas Grandes: guia DEFINITIVO sobre o deserto de sal da Argentina!
Por todas essas razões, as Salinas Grandes são um destino que não pode ficar de fora do seu roteiro, se você deseja conhecer tudo sobre a Argentina, especialmente se você gosta de natureza, aventuras e cenários que estimulam a criatividade e o encantamento.
Algumas dicas importantes para quem visitar as Salinas Grandes são:
- levar protetor solar, óculos escuros e chapéu para se proteger do sol forte e do reflexo do sal;
- levar água e lanche;
- estar atento às condições climáticas, evitando a temporada de chuvas (dezembro a março), quando o terreno pode ficar alagado e dificultar o acesso.
O que torna a Argentina especial para o viajante brasileiro?
Para nós, brasileiros, a Argentina representa uma porta de entrada perfeita para o turismo internacional. Não é necessário passaporte – apenas o RG em bom estado, a facilidade do idioma espanhol e a proximidade geográfica fazem deste destino uma escolha natural.
Os voos de São Paulo para Buenos Aires duram apenas 3 horas, menos tempo do que muitas viagens domésticas.
Além da facilidade de acesso, o país oferece:
- infraestrutura turística consolidada;
- diversidade climática que permite viagens em qualquer época do ano;
- experiências culturais autênticas.
Seja você um amante da natureza, um entusiasta da cultura, um apreciador de vinhos ou simplesmente alguém em busca de novas experiências, ao conhecer tudo sobre a Argentina você vai perceber que o país tem algo que parece criado especialmente para você.